O título deste post “Não venda gato por lebre”, na realidade é conhecido como “Não compre gato por lebre”, mas como faz referência aos que negociam qualquer tipo de serviços e produtos com seus compradores, o título é “Não venda gato por lebre”.
Iniciando este post com uma analogia, a grande maioria concorda que o porcelanato é moderno, resistente e possui um excelente acabamento. É indispensável para aqueles que gostam de requinte e sofisticação.
Uma parede revestida com a sensibilidade e os detalhes marcantes do porcelanato transformam a casa num ambiente moderno, sereno e aconchegante. Porém, em uma uma parede ou piso desnivelados, mesmo com toda a beleza do porcelanato, o efeito seria outro, as falhas seriam ainda mais evidentes.
Não se consegue ver o que está atrás do revestimento de uma parede sem a ajuda de equipamentos de infravermelho, mas, quando a parede ou o chão não estão alinhados, o porcelanato, por mais moderno, sereno e bonito que possa ser, haverá falhas no projeto que serão observadas por àqueles que ali estiverem.
Levando esta analogia para o lado comercial, da mesma forma, existem pessoas que tentam consertar os erros da negociação, pensando que se darão bem, sendo que todo o seu negócio foi montado sob uma base frágil, desnivelada, incorreta, e mau construída. Insistem em tentar arrumar o que já começou errado e o que continua errado, achando que o resultado será diferente.
Ilustrando:
Imagine um profissional que em sua ânsia de trazer resultados, esteja desesperado para fechar novos negócios. Ele rapidamente traça um parâmetro, elabora as negociações não dando importância aos detalhes e vai pra cima do comprador, em busca de terminar logo o seu trabalho.
Voltando ao exemplo da casa, seria o mesmo. Imagine que o construtor não dê importância para a fundação e o levantamento das paredes, que esteja em um ritmo acelerado para terminar logo esta fundação, as paredes e o contrapiso. Ele confia que no momento do revestimento, tudo será encoberto com o porcelanato, disfarçando as deficiências de sua mão de obra.
Acredite, existem casos absurdos de falha de projeto, onde maus profissionais tiveram que recortar a laje e paredes porque esqueceram de instalar conduítes. Outros casos de maus profissionais é levantarem paredes absurdamente tortas, ficando mais caro o reboco do que a colocação do revestimento.
Assim são os maus negócios. Na ânsia de se fechar contratos, esquecem de orçar corretamente os valores. Há retrabalho. O cliente não quer pagar a diferença, e para as coisas não piorarem, a empresa precisa arcar com os prejuízos.
Outra analogia, imagine uma pessoa conhecendo o amor de sua vida, se apaixonando por ela, e no meio dessa relação ela descobrisse que a sua amada não disse toda a verdade. Dependendo do que ela escondeu, seria decepcionante ou imperdoável, caso esses segredos fizessem toda a diferença na relação.
Assim é a visão que o cliente tem quando ele descobre que o resultado não não correspondeu ao que foi proposto, ao que parecia ser uma relação comercial saudável e transparente, mas que se mostrou na realidade enganosa.
Por mais que alguém seja bom, carismático, empolgante e persuasivo, tentar empurrar algo ruim para o cliente achando que poderá disfarçar serviços ou produtos ruins, obviamente, será desastroso.
Elaborar corretamente as estratégias, não deixando tudo para o final achando que poderá mascarar coisas deixadas para trás, estudando com carinho todos os detalhes, fazendo as coisas conscientemente, e construindo a base corretamente desde o início da negociação, é bem provável que será um bom alicerce comercial para a construção de um bom negócio e quem sabe até de uma boa amizade.
Leandro Tissiano